terça-feira, 19 de julho de 2011

Jukebox

Tenho me divertido muito com a página do grupo do Santo Inácio no Facebook. Estudei naquele grande colégio do Rio de Janeiro por quase dez anos, de 1965 a 1974, período de formação no qual fiz grandes amigos. Até hoje nos reencontramos eventualmente, nos contatamos todo dia e relembramos situações vividas à época da escola. É divertido revermos fotos de nossa adolescência, observando a ação inclemente do tempo e testando a memória ao desvendarmos os personagens de cada uma.
Suponho que muitos façam o mesmo em seus respectivos grupos escolares. Deve ser comum se manter acesa a luz que ilumina o fundo desse corredor cada vez mais longo que nos liga ao passado. À medida que o tempo passa, temos uma dificuldade maior para enxergar com nitidez imagens tão caras e que nos fazem um bem enorme à alma. A união de todos os lumes sempre ajuda a resgatar pontos mais obscuros, trazendo informações interessantes aos que se dispõem a exercitar um pouco mais a mente.
Com certeza seria muito mais complicado, talvez impossível, unir tantos elos sem a ferramenta da internet. Hoje, embora nossos colegas estejam espalhados pelo Brasil e pelo mundo, a distância se limita a um clique do mouse, a um toque no touch pad. Navegamos num mar de espelho, revolto apenas pelas interferências das conexões. Somos uma tribo cercada por idiomas diferentes, garantindo o dialeto intacto, defeso pelo diálogo permanente. Atualmente, há mais estreitamento nos contatos do que nos tempos de colégio, tempo das conversas pessoais ou por telefone. Não tenho registro de telegramas entre nós.
Ontem o papo nos levou aos programas do Big Boy, uma versão de DJ de então. Imediatamente chegamos ao link http://www.youtube.com/watch?v=cvfglk_xgnM. Foi uma catarse, cada um fazendo seu registro e resgatando algo de interessante que envolvesse a figuraça. Aliviou as tensões do dia e me deixou mais leve só por iluminar trechos do corredor, vendo o mentor do “Cavern Club” e do “Ritmos de Boate”, que escutávamos pela Rádio Mundial AM, porque nem existia FM. Encerrei os trabalhos da segunda-feira com a mente aberta, a espinha ereta e o coração tranquilo, conforme definiu bem o poeta.
Essa inspiração musical me levou a outro link, relacionando o ano de nascimento com os sucessos do rádio. No meu caso e na maioria dos meus contemporâneos de escola, basta acessar http://upchucky.org/JukeCity/1956/OldJukes/player.htm. Porém, está disponível um intervalo de 1940 a 1999, sendo preciso só substituir o ano no link.
Afinal, a vida de todo mundo tem trilha sonora e não passa de uma imensa jukebox.

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