sábado, 29 de dezembro de 2012

Feliz 2013 !




Que o mundo não acabou todo mundo já sabe, até os Maias originais, onde quer que estejam agora. Fica a dúvida se as altas temperaturas abaixo da linha do Equador representam algum indício atrasado. Talvez estejamos vivendo o papel do sapo na água em fervura, cozidos aos poucos para não repararmos e pularmos antes. Nessa curiosa situação, digamos assim, também não há alternativa. Pular para onde? Então só nos resta a adaptação ao calor e contar com a sorte do maçarico esfriar um pouco, permitindo uma sobrevida. Pelo menos para conferir as dezenas da Mega da Virada. Quem sabe o prêmio não garanta uma reserva num próximo voo da NASA para Marte? Além do robô Curiosity parecer uma boa companhia, a atmosfera menos espessa de lá propicia temperaturas de no máximo 20° C. Em compensação, podemos encarar até -80°C e o ano dura mais onze meses que o nosso. Os famosos ônus e bônus.
Bem, enquanto isso, vida que segue por essas plagas terrenas. Com a imprudência dos incautos, convivemos com a corrupção, os escândalos, os desmandos, as balas perdidas, a irresponsabilidade, as mortes absurdas, os apagões, enfim, com o preço de viver nessas paragens. Quem se habilita e reúne condições se muda para outro canto, onde o céu não é tão azul, onde as montanhas não convivem com o mar e onde as pessoas não estampam o sorriso nos lábios inobstante as circunstâncias nem sempre agradáveis. A opção embute o benefício da dúvida, as decisões implicam numa troca permanente. O sabor do melhor viver traz no seu bojo o apuro do paladar, a ponderação correta dos temperos, o equilíbrio na balança dos ganhos e perdas. As concessões fazem parte do processo, afinal, a perfeição não existe.
Por essas e por outras, nada de exageros no ano que se avizinha. Como apregoa a sabedoria das avós, parece mais razoável comer pelas beiradas o mingau quente, sobretudo nesses tempos cáusticos. Não devemos esperar nada, mas procurar fazer as mudanças desejadas. Elas começam conosco. Num coro ecoado do canto antigo do Vandré, vem, vamos embora, que esperar não é saber. Ou então, dance conforme a música. Se os ditames do destino fogem de nosso pleno controle, nos cabe entrar com a devida colaboração e evitar as teorias da conspiração. Vamos cuidar da saúde para estendê-la ao máximo possível, quem sabe resgatar a receita do Niemeyer e da Dona Canô. Nunca é tarde para começar, pois as vantagens serão proporcionais ao tempo de aplicação.
De resto, meus caros, é desejar um 2013 melhor do que 2012(vade retro) e pior do que 2014. Fazer por onde, desfrutar das benesses da vida, aproveitar o convívio agradável, amar muito a qualquer preço, acreditar em nosso poder de transformação e viver intensamente. A propósito, ao contrário do que defendia a imperdível série Arquivo X nos anos 90, compartilho com vocês uma frase atribuída a Buda e lida outro dia: “A verdade não está lá fora, a verdade está dentro de nós”. Portanto, troquemos a esperança pela mudança. Chegou a hora de um salto de qualidade. Vamos saltar juntos.
Feliz 2013!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Feliz Natal e Melhor Ano Novo





Em meio aos últimos suspiros de um péssimo ano, tudo aponta para a minha sobrevivência. Mesmo depois do emblemático 21/12 do calendário Maia. Contudo, restarão marcas. Se os anteriores da safra 2000 foram penosos, 2012 se superou. Enquanto após doze meses um ano comum se finda, alguns se perpetuam por eventos intermináveis, positivos ou negativos. Esse ano se esvai como todos os anteriores e os que virão, mas deixará em minha memória um rastro doloroso de sua passagem.
Seja como for, num período de festas as tensões tendem a se dissipar e as palavras soam mais doces. As pessoas aparentam uma solidariedade maior, ensaiam um sentimento mais ameno, parecem se recordar da humanidade como um preceito básico. O amor ao próximo ressurge de repente, as atitudes se revestem de fraternidade e os espíritos se desarmam.
O comércio insufla um compromisso com a gratidão travestida de mercadoria. Engalanados pelo melhor papel capaz de embrulhar caixas, corações e mentes, lacrimejamos por consumismo. Chora de alegria quem recebe os mimos e de emoção quem presenteia. Num piscar de olhos, a generosidade vira a tristeza de quem se endivida pelos meses subsequentes.
Pouco importa, a festa esquece seu motivo principal e se alimenta de um cardápio variado e proibitivo ao órgão mais sensível do corpo humano, o bolso. Esse estará vazio, ao contrário das entupidas coronárias e do estômago dilatado. A comemoração cristã se relega a um plano secundário, exceto pela reunião da família. E nessa hora as ausências se fazem sentidas com especial intensidade. Além do amigo oculto, outros protagonistas estarão desaparecidos. As lembranças inevitáveis amargam o gosto das rabanadas e das frutas cristalizadas, o bacalhau salga a alma e o vinho exige goles exagerados. Portanto, cultivem o hábito de degustar o amor como um néctar dos deuses, celebrando ao máximo as presenças queridas.
Embriagados pela simbologia da época, sequer nos damos conta da certeza da ressaca espiritual. O calendário frio e calculista nos impõe novos tempos, felizes ou não. Cabe reservar para eles um sopro enorme de esperança, uma dose imensa de saúde e um farto quinhão de paz. Protegidos por essa alta cúpula da perfeição, poderemos enfrentar as surpresas de outros dias, tão esperados e nem sempre melhores.
Aos que me privilegiam com a leitura dos meus textos, familiares, amigos, colegas, desconhecidos virtuais ou esporádicos visitantes, desejo um Natal de muita harmonia e plena reflexão. Que a data magna da cristandade inspire a chegada do novo ano, propiciando mais flores do que espinhos, mais sorrisos do que lágrimas. Essas, se teimarem em rolar em nossas faces, que anunciem felicidade.
E, principalmente, abracem e beijem muito aqueles que amam. Não só para reenergizar e registrar a nobreza do sentimento. Mais relevante não esquecer de que, se isso terminará em dia, mês e ano desconhecidos, sem dúvida terá um fim.


Feliz Natal e Melhor Ano Novo. 



domingo, 16 de dezembro de 2012

Eu vou botar teu nome na macumba!





É inacreditável o descaso das prestadoras de serviço com os clientes. Não há uma cultura de preservação da marca, de cuidado com a fidelização dos usuários, de dedicar ao pós-venda a mesma atenção da conquista do comprador. O mais incompreensível ainda fica por conta da reação às reclamações. Depois de peregrinar sem êxito por diversos canais da empresa, basta procurar por ajuda em colunas de defesa do consumidor ou em agências reguladoras do governo e o assunto se resolve como num passe de mágica. Por que?
Já passei por uma série de problemas com prestadoras de serviço, mas o mais recente foi inominável. Em setembro recebi um SMS da operadora Oi, com quem tenho um plano Conta Total 3 há mais de dez anos. O torpedo me informava que o meu plano fora cancelado e substituído por um plano básico. O problema é que isso ocorreu à minha revelia, ou seja, sem que eu solicitasse e com as faturas rigorosamente em dia.
A Oi apenas se superou, cometendo mais uma de suas falhas habituais. Daí em diante foi um aborrecimento enorme. Minha linha residencial desativada, minha internet também, os três celulares tarifados como tarifa básica. Por quatro dias fiz inúmeras ligações para a operadora. Num dos contatos cheguei a falar com dezessete pessoas diferentes, sem conseguir resolver coisa alguma. Afinal reconhecido o erro e restabelecido o plano, o passo seguinte foi convencer a Oi de que eu não devia arcar com as despesas decorrentes de sua falha. Isso incluía a reinstalação da linha residencial, as diferenças tarifárias do plano Oi Conta Total para o básico, etc.
Por dois meses, ainda que mantendo contato frequente com a prestadora do serviço, não tive como resolver o problema. Pior, ainda convivi com cobranças por telefone e por escrito, ameaças de cancelamento do serviço e outros absurdos. Tentei de todas as formas falar com a ouvidoria da Oi e não consegui. Cansado de tudo isso, resolvi escrever para a coluna Código de Defesa do Consumidor do jornal O Globo. Pronto, numa incrível coincidência, no dia seguinte recebi uma ligação da ouvidoria da Oi, comunicando a solução da pendência. Mais ainda, o representante da Oi se disse surpreso do assunto não ter sido resolvido antes, tal a simplicidade da definição. Será que temos que começar as reclamações pelo final? Ou ameaçando antes de qualquer coisa? Poderíamos iniciar assim: Eu vou botar teu nome na macumba! Com sinceridade, nem sei o que foi pior, a gravíssima falha cometida pela operadora no cancelamento indevido ou o tratamento dado depois a um consumidor coberto de razão. No mesmo período, meu filho viveu uma situação semelhante com a Samsung, referente à compra de um monitor com defeito, só solucionada após a divulgação do caso numa rede social. Mudar não adianta, são todas iguais. Alguém teria uma explicação para tamanha desfaçatez e insensibilidade?