quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O contribuinte-capacho

Cada vez mais me sinto usurpado como contribuinte. Insisto no assunto na esperança de conseguir outros insatisfeitos e/ou indignados com os quais cerrarei fileiras um dia. Talvez consigamos mudar alguma coisa nas próximas décadas e eu ainda veja, antes de morrer, uma situação melhor do que vivi até hoje. Meu assunto hoje é o Detran/RJ.
No início de maio precisei agendar uma vistoria para um veículo, com o objetivo de uma transferência de propriedade e de estado de origem, Minas Gerais. A data mais cedo que me ofereceram foi 03/08/2011, ou seja, três meses de espera. Ainda que inconformado com o prazo, fui orientado sobre os documentos necessários e os respectivos DUDAs, documentos de arrecadação, a serem pagos, num total de quase R$ 340,00. A informação sobre os documentos foi diferente entre a consulta que fiz e a passada a outra pessoa, que ligara a meu pedido. Assim, resolvi ir até ao edifício-sede do órgão. Lá, fui mal atendido por uma pessoa que tentou se desvencilhar da pergunta sugerindo que eu tirasse esse tipo de dúvida no Posto de Vistoria. Evidentemente, em razão de me acautelar procedendo dessa forma, expliquei que gostaria de chegar ao Posto com a certeza dos documentos corretos. Um pouco a contragosto, a pessoa me prestou os esclarecimentos.
Hoje, cheguei ao Posto de Vistoria às 7:25, me antecipando ao horário agendado das 8:00. Numa rua estreita, já havia uma fila com dois veículos tumultuando o trânsito e preferi encostar meu carro rente ao meio-fio. Fui até o portão do Posto e perguntei sobre a fila. O segurança sugeriu que eu entrasse na mesma e eu nem perdi meu tempo de contestá-lo, pois um ônibus naquele momento quase não conseguiu passar pelo local em razão da semi-obstrução da via. Esperei pela abertura ao público, o que ocorreu às 8:00 em ponto. Ao entrarmos me deparei com um local bastante amplo, o que me fez questionar a mim mesmo por que os veículos não poderiam aguardar numa fila lá dentro, se já havia quem pudesse organizá-la.
Enfim, um primeiro atendimento me indicou o local onde a vistoria seria levada a efeito. Lá chegando não havia ninguém. Após aguardar por vinte minutos, um funcionário se apresentou para me atender. Executadas as verificações e testes no meu carro, eram 9:10 e o próximo passo era me dirigir à Cabine 3. Na tal cabine já aguardavam umas oito pessoas. Voltei e indaguei quanto tempo estaria previsto para a conferência, a liberação do novo documento e das placas. Obtive como resposta que em torno de 20 minutos. Acreditei, em especial após descobrir que o informante era nada mais nada menos que o responsável por aquela unidade. Meu carro foi emplacado e só saí daquela tortura às 11:50, assim mesmo depois de implorar ajuda e de me mostrar impaciente, então recebendo uma atenção melhor.
Por que pagamos impostos altíssimos, além deles uma série de taxas exorbitantes, e somos tratados como capachos? É razoável ser submetido a tal constrangimento, passando quase cinco horas para obter um serviço? Em plena ditadura da informática não seria possível maior agilidade no atendimento? Ou vai aparecer alguém alegando já ter sido pior? Devemos relaxar e aproveitar, como de praxe?

Nenhum comentário:

Postar um comentário