domingo, 20 de novembro de 2011

Lutar é preciso


As lutas na moda e mais luto na vida,
no embate diário, na perda sentida,
no suor escorrido, fluído no sangue,
dor contorcida por golpes da gangue.

Derrubado, levanto, resisto à contagem,
inspiro, expiro, enxergo a miragem,
no oásis divino do gongo ecoado,
na esponja da cura, no palavreado.

Um assalto termina e outro começa,
o tempo extermina, o destino tem pressa,
os golpes abatem, contundem a razão,
agridem a moral com letal precisão.

Um mata-leão na dignidade,
imobilizam a lei, nocauteiam a verdade,
manipulam juízos, enganam demais,
dividem o butim e nos roubam a paz.

Assaltos em ringues, consciências, esquinas,
batalhas inglórias, são carnificinas,
desiguais na essência, por definição,
todas perdidas, quase sem exceção.

Os ricos mais ricos em qualquer hemisfério,
massacram inocentes, sem pudor, sem mistério,
e beijamos a lona do circo sem riso,
hoje tem marmelada, mas lutar é preciso.

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