terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eram os deuses astronautas ou seriam os deuses internautas?

Sou de uma geração que na adolescência leu “Eram os deuses astronautas?” e “De volta às estrelas”, ambos de Erik Von Däniken. Diferentemente de “Eu, robô” de Isaac Asimov e de “Admirável mundo novo” de Aldous Huxley, as obras de Däniken fazem questionamentos sem resposta. Sem resposta, aliás, até hoje. Os outros dois autores viram seus conceitos se viabilizarem ao longo das décadas seguintes, quando a ciência transformou em realidade muitas das ideias consideradas apenas fictícias. A inteligência artificial e o bebê de proveta, por exemplo, estão aí para comprovar.
Por outro lado, o sincretismo religioso tenta explicar de forma arraigada muitas dúvidas permanentes, algumas observadas nos livros do suíço de teses revolucionárias. Sempre foram instigantes as pesquisas a respeito de indícios desfigurando a natureza com padrões polêmicos. Desenhos sugerindo sinalizações observadas apenas a quilômetros de altura ou a indicar figuras titânicas assumindo postura divina. Com a evolução do pensamento científico, algumas vezes verificamos assertivas consubstanciando o temário do escritor. Pelo ineditismo de suas análises, ele vendeu quase uma centena de milhões de livros. Se não se incluiu na classe dos malditos dessa literatura específica, certamente confrontou interesses eclesiásticos.
As pulgas que o Däniken colocou atrás de minhas orelhas se infiltraram em minha corrente sanguínea e coçam no meu cérebro até os dias de hoje. Faço reflexões desde então, exercitando o saudável direito de duvidar de dogmas por ter inoculado o vírus da indagação. A mania infantil de querer saber dos porquês sem resposta nos revela surpresas quando menos esperamos. Basta não se acomodar com esclarecimentos inócuos ou aceitar afirmativas ditatoriais do tipo “é assim e estamos conversados”. Diferentemente dos anos sessenta e setenta, hoje olho para um presente cujas práticas transcendem a cibernética intangível da minha adolescência. E ainda permaneço desconhecendo quem somos, de onde viemos e para onde vamos.
Chama a atenção o fato de atualmente convivermos com jogos virtuais superados dia a dia, alguns manipulando pessoas, famílias, ruas, bairros, cidades, enfim, a vida. Sugerem a existência de um poder controlador intercedendo nos destinos de personagens que se confundem conosco. Ao ampliarmos a tela do computador para a humanidade, descobrimos mais pixels e melhor definição, olhamos para nós mesmos. Alternamos funções de criadores e criaturas. Seriam os deuses internautas?

Um comentário:

  1. Curiosidade científica, meu caro, a base da evolução tecnológica. Espero que você encontre as suas respostas, mas não me diga nada. Prefiro a surpresa (rs). Abraço. Tem post novo no blogdorobertopinto também. Tenho que me livrar da preguiça, vc está quase me alcançando!

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