quarta-feira, 20 de março de 2013

Uma pérola aos porcos




Pérolas aos porcos, rotina cruel,
por não distinguirem doce de fel.
A vida perdoa o inaceitável,
surpreende, aceita o imperdoável.
Incríveis, nefastas, absurdas razões,
conflitos da alma a partir corações,
que se curam, regeneram e revivem,
recomeçam desde a própria origem.   
E, inspirados num amor mais forte,
resgatando vida, paixão e sorte,
recuperam o rumo da felicidade,
vivem com muito mais intensidade.
Mais sábias as chances do destino,
no buscar detalhes em pente fino
sempre acham a solução perfeita,
mesmo jogando fora a receita.
Ano após ano, em vinte de março,
pensando nisso é que me refaço.
Beijo a pérola e sorrio dos porcos,
seres estranhos, nebulosos e tortos.
Num belo dia não serei mais concha,
restarei no fundo da areia troncha.
Na solidão feliz do dever cumprido
não verei jamais seu coração partido. 

Feliz aniversário, minha filha.
Eu te amo.




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