Os rostos se repetem em 2013. Não
houve sequer a criatividade de mudar muito as cenas ou as locações. O ano
começa tal o passado e, bem provável, qual o próximo. As vítimas, por serem
muitas, não há certeza ao registrar. Seus rostos, muito menos. Os rostos mais conhecidos, os
de sempre. Em meio ao
sofrimento de tantos, sobrevoam o cenário da catástrofe, prometem mundos e
fundos. Os fundos escoam pelos ralos tradicionais.
Os mundos dos desassistidos seguem o curso do ralo do destino. Se tem notícia
dos fundos quando viram butim mal dividido, quando desavenças costumam
revelar as nojeiras ocultas por artimanhas sofisticadas, propinodutos e
quetais. Impressiona a
alquimia transmutando um patrimônio modesto no início da carreira política em
riqueza absurda após alguns anos de mandato.
Molhados pela chuva esperada e
pelas lágrimas dos infelizes, os eleitos teatralizam. Em sua atuação preferida,
escolhem a expressão mais contrita, as palavras mais adequadas e buscam
transformar a tragédia anunciada em bônus político, por incrível que isso possa
parecer. Se o lixo da desgraça foi acumulado pelo antecessor, a culpa recai
sobre quem saiu. Caso contrário, escolhe-se outro bode expiatório, vários
bodes, mamutes, pterodátilos, enfim, a história é tão antiga que os animais já foram
extintos. A desfaçatez não se extingue, está aí até hoje.
As manadas de gente viram
estatísticas, ano após ano. 2013 significa apenas um número, tão somente mais um
registro, numa repetição repulsiva de incompetência, desmandos, improbidades, descalabros,
escândalos, corrupções, desgovernos. E muitas mortes de inocentes. Arrastados
pelas encostas, pelas águas, pelas árvores, pelas balas perdidas ou achadas,
pelas epidemias ou pelas doenças comuns, pelos hospitais sem plantonistas, pelo
atendimento precário em qualquer lugar, pela covardia, pelo descompromisso,
pela desesperança.
Mas nenhum dos óbitos soa
importante. Sem ressonância, mínima repercussão. O tempo se incumbe de
relegá-los ao esquecimento até o ciclo se renovar e procurar os alvos da vez. Nomes
famosos só nas manchetes, nas declarações inócuas, nas desculpas esfarrapadas. Sobrenomes
de peso constam nas listas apenas quando o acaso se equivoca. Raríssimo
encontrá-los como vítimas nas páginas abomináveis das ocorrências policiais,
das enchentes, dos desmoronamentos. Os acidentes da natureza e a insegurança
nossa de cada dia possuem um padrão peculiar de opção.
Enquanto isso, vida que segue. O
povo, os incautos, os martirizados, esses acordam a cada dia, giram o tambor e
apertam o gatilho, numa roleta mais carioca do que russa. O resto fica por conta do Grande Arquiteto do Universo. O
problema é que Ele anda bastante ocupado com as mazelas desse orbe conflituoso,
desigual e injusto. Um dia Ele se cansa e os Maias de plantão acertam uma
previsão. Até lá, um solidário de origem pobre e de coração nobre vai ajudando a deixar a vida nos levar. Canta aí, Zeca.
A certeza das impunidades é que fazem os nossos governantes a meterem as mãos nos nossos dinheiros e não serem condenados não fazem nada para o povo. desta vez foi em xerém, cade o ZITO? deve está curtindo com o Sergio Cabral. Vamos a luta povo, juntos podemos mais. Todos nas ruas vamos revindicar é a hora. Tudo chegando no RJ, JORNADA MUNDIAL, COPA DAS CONFEDERAÇÕES,COPO DO MUNDO E OLIMPÍADAS. Conte comigo. Estamos juntos por um RJ melhor.
ResponderExcluirÉ isso aí, Marcelo. Se a oportunidade de eventos internacionais cria chance de investimentos gigantescos, também expõe as feridas e universaliza a crítica ao expor as feridas. Precisamos nos mexer. Agora ou nunca.
ResponderExcluir