sábado, 24 de novembro de 2012

Carta aberta





Em 1976 participei de um festival de música religiosa, convencido pelo Marcos Borges, meu dileto amigo de infância e parceiro de incursões musicais. Ele integrava um grupo jovem que tocava nas missas de uma paróquia perto de casa. A princípio argumentei não ser capaz de escrever a letra, por não ter a mesma habitualidade dele na frequência à igreja. Ele acabou me convencendo e compusemos “Carta aberta”, que venceu o festival diante de um auditório lotado no Colégio Coração de Maria. Na plateia, ao meu lado, estava a minha namorada Márcia, com quem dois anos mais tarde eu me casaria. Por coincidência, ela fizera o primário naquele colégio e estava especialmente feliz. No início dessa semana, minha mãe lembrou-se dessa música e sugeriu que eu tentasse incluí-la no acompanhamento da missa de trigésimo dia de falecimento de minha mulher. Entrei em contato com a Flora, responsável pelo grupo musical que acompanha as missas da igreja de Nossa Senhora do Loreto, e consegui sensibilizá-la. Meu parceiro tocou a música ontem à noite, durante o ensaio do grupo, e eles aprovaram a ideia. Hoje às 18:30, durante a missa no Loretão, caso o celebrante julgue adequado, a belíssima voz do meu parceiro Marcos fará ecoar meus versos. Minhas palavras, acompanhadas de uma linda melodia, serão incorporadas à celebração cristã. Servirão também de subliminar e singela homenagem à minha namorada de tantos anos. Elas retratam minha inspiração há mais de três décadas, mas estão mais do que presentes no momento que vivo agora. Por essa razão, não importa o credo, as compartilho com vocês:

Quando eu me sinto sozinho
e sem forças pra lutar com a dor,
procuro lembrar do Amor
que um dia Alguém aqui pregou.
Pois não desespera quem ora e tem fé,
rico ou pobre, homem ou mulher,
no rebanho não há distinção,
eu sou seu irmão,
estou pronto a lhe ajudar,
quando plantar, quando colher,
quando sonhar, quando sofrer,
quando ganhar, quando perder.
Pode acreditar.

Quando eu cruzar seu caminho,
repare para onde eu vou.
Meu guia é um bom pastor
que o Pai ao mundo enviou.
E não arrefece quem crê no Senhor,
mesmo em trevas não sente temor,
pois recorda o próprio Jesus
que, à morte na cruz,
pediu ao Pai pra perdoar.
E precisamos pensar
que Ele quis nos mostrar
que ser feliz é amar.
Pode acreditar.




2 comentários:

  1. Ale, belas palavras... com certeza vai deixar todos bastante emocionados... Que a força de suas palavras impregne o seu espírito... bjos e força ... Suely

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  2. Alexandre, li seus versos e escutei a linda musica.
    Bela homenagem!!!!, continue assim, mantenha Marcia sempre presente no seu coraçao.
    Abraço afetuoso.
    Alexandre Costa

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