Nos últimos duzentos anos a
expectativa de vida de homens e mulheres dobrou de quarenta para oitenta anos.
Pelo ritmo das pesquisas a morte um dia será coisa do passado. Por enquanto ainda
vigora a lei de que tudo tem seu momento para se desintegrar, inclusive nossas
células, passando da ordem para a desordem. Inexiste imunidade contra o que se
define como entropia e por essa razão morremos todos. A ciência busca reverter
o caos e já se chegou a resultados interessantes.
A biotecnologia do rejuvenescimento quer garantir a alegria da juventude, num paradisíaco
verão interminável. Ao isolarem no DNA os genes RAS2
e SCHP, cientistas bloquearam o envelhecimento e a morte das células.
Através dessas experiências aumentaram muito a expectativa de vida de camundongos. Do ponto de
vista científico, a semelhança entre eles e nós se aproxima de 90%. O grande
desafio dos pesquisadores é nos manter jovens sempre, ao invés de nos preservar
a velhice. Na fila da esperança os candidatos se valem da suspensão criônica, em geral confundida com a criogenia.
Na comunidade científica há quem
assegure que o exponencial desenvolvimento do conhecimento humano aproximará a
inteligência artificial do cognitivo natural. Projetam o ápice desse
aperfeiçoamento num chamado Ponto Ômega, uma espécie de energia pura, quando
alcançaríamos o nível máximo de consciência. A perfeição nos levaria a uma tríade Humanidade/Deus/Universo. Trocaríamos a dúvida atual se poderíamos viver para sempre pelo
questionamento se deveríamos viver
para sempre.
Se e quando isso ocorrer, outros valores substituiriam os estabelecidos
pela mortalidade, seja nos relacionamentos amorosos, na ascendência e na descendência
familiar, nas carreiras profissionais. Tudo precisaria de uma profunda
reavaliação. Talvez por isso desde a mitologia mais remota os deuses invejem nossa
finitude e alguns deles até tenham escolhido viver como reles mortais.
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