Pesquisa após pesquisa, a física
quântica revela novidades beirando o inverossímil. Cogita-se viajar no tempo,
ainda não se sabe quando. O estágio atual dos estudos nos compara a amebas
sonhando com viagens espaciais. Fala-se no “paradoxo do avô”, a
possibilidade de se retornar ao passado e matar o pai do próprio pai,
eliminando a chance de ser gerado. Essa e outras questões complexas se antepõem
à concretização das hipóteses viáveis na teoria e até em alguns experimentos.
Em contraponto a esse emaranhado
de dúvidas há quem viva a simplicidade de preciosos minutos. A sobrevivência tem preço e exigências proporcionais às demandas de
cada um. Os abutres famintos também sobrevoam, aguardando a oportunidade do
bote certeiro. As ameaças de um mundo materialista açoitam a todos. Não podemos nos manter escravizados. A solução
exige o aperfeiçoamento do ser humano adormecido no interior de todos nós, através
do resgate de valores esquecidos.
Produto da safra de setembro de 1956,
completo cinquenta e seis anos agora. Na coincidência das dezenas o balanço de
uma vida. Tenho hoje mais quinze anos do que meu pai quando morreu. Nascemos ambos
em 10 de setembro e ele se casou na mesma data. Nasci em tempos de parto normal,
da quase infalível contagem de luas ensinada pelos índios. Fui o presente de
aniversário de 26 anos de um jovem dois anos mais velho que o meu caçula hoje. A
título de bônus, presenteei também um feliz casal pelo primeiro ano de
casamento.
Pena que as comemorações cumulativas
nem debutaram, sequer chegaram a efêmeros quinze anos. Os cientistas decodificaram
o DNA, mas nos devem a viagem ao passado. Enquanto isso viajo pelas lembranças.
Meus filhos jamais se interessaram pelo “paradoxo do avô” e só conheceram o “velho”
Dario por fotografia. Em outra coincidência, já sou mais longevo do que ele os
mesmos quinze anos. Curiosa constatação dessa dimensão dita ilusória por muitos
estudiosos, contagem crescente em números, decrescente em vida.
Pelo sim, pelo não, comemoro
sempre em dobro, celebrando por ele e por mim. Afinal, temos muito mais em
comum do que a data de nascimento. Meus cromossomos carregam seus genes, a hereditariedade
nos assemelha, a essência se transferiu e segue em frente com os meus filhos. Teremos
eterna cumplicidade no calendário e na perpetuação de nossa presença por aqui. Pouco
importa se o tempo é uma ilusão, se continuaremos a iludi-lo.
Muita saúde meu querido amigo!
ResponderExcluirEsta e uma cronica triste. Nos faz mergulhar em tempos longiquos e de muitas saudades. Cada qual le e cria o filme a sua maneira e experiencia de vida. Um grande abraco do Attilio.
ResponderExcluir"Em outra coincidência, já sou mais longevo do que ele os mesmos quinze anos."
ResponderExcluirE fico mt feliz por isso. Rumo à longa jornada, pai!
Bjs
Grande Bal
ResponderExcluirDesde já, feliz aniversário. Bjs no seu coração e de todos os da sua família.
Normando
Mais tarde te ligarei. Já mandei felicitações por e- mail. Abração.
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